Você já deve ter escutado que praticar Yoga envolve mais do que realizar posturas. Pois sim, se quisermos verdadeiramente praticar e experenciar o Yoga, é fundamental conhecermos e integrarmos os princípios éticos e morais desta filosofia.
Quando falamos em princípios éticos e morais do Yoga, estamos falando sobre os Yamas e Niyamas. Estes dois conceitos foram descritos e eternizados através dos Yoga Sutras – um texto milenar, escrito por um antigo mestre chamado Patanjali. (Para saber mais sobre os Yoga Sutras, clique aqui).
Os Yamas são as condutas que devemos ter em relação aos outros e ao meio, e os Niyamas, referem-se aos comportamentos e posturas que devemos cultivar, em relação à nós mesmos.
Neste texto falaremos apenas sobre o primeiro Yama descrito por Patanjali – o princípio da não violência, conhecido como Ahimsa.
Ahimsa- a prática da não-violência
Do sânscrito, a siginifca “não” e himsa, “machucar”.
Segundo a filosofia Yogue, Ahimsa deve pautar nossos pensamentos, palavras e ações e deve ser praticado dentro e fora do mat, e em relação à nós mesmos e aos demais.
Ahimsa significa viver a vida de forma compassiva, levando em consideração todas as outras formas de vida e buscando, sempre que possível, não gerar sofrimentos aos demais. Isto porque a prática da não-violência é fundamental e imprescindível para o nosso crescimento espiritual, evolução e expansão de consciência.
Como colocar Ahimsa em prática?
Primeiramente, é importante dizer que para colocar Ahimsa em prática precisamos, necessariamente, desenvolver a atenção e a autoconsciência integral do nosso ser.
Em outras palavras, precisamos prestar atenção em nós mesmos, em nossos pensamentos, falas e atitudes, pois só assim seremos capazes de perceber “aonde” falta Ahimsa, e porquê.
Fala
A comunicação não violenta é uma arte, uma habilidade a ser desenvolvida e aprimorada. Isso porque envolve vários aspectos tais como o que, como e quando falar.
Além disso, devemos ser capazes de observar quais as crenças que estão influenciando nossa fala; com quem estamos falando; aonde e em qual contexto.
De que forma a nossa fala nos afeta? Como afeta o outro?
A comunicação não violenta é uma análise sensível e ampla e ela passa também por um processo de autoconhecimento e quebras de preconceitos.
É claro que nada precisa ser forçado, isto é, não precisamos ser super dóceis e gentis para praticarmos a comunicação não violenta. Precisamos aprender a respeitar e não ferir os outros; e a reconhecer que nossa comunicação tem um impacto sobre eles.
Pensamentos
Pensamentos agressivos ou violentos são prejudiciais à nós mesmos e, em um nível mais sutil, são prejudiciais aos outros também. Devemos ser capazes de observar com profundidade o que acontece em nossas mentes, questionar e compreender qual a raiz destes pensamentos.
Quais são as crenças subjacentes à esta manifestação? Este pensamento é benéfico? Quais são as palavras que usamos para formar este pensamento? Podemos usar palavras melhores? Podemos desenvolver maior compreensão e maturidade em relação à algum sentimento? Que realidade estamos criando a partir dos nossos padrões de pensamentos?
O processo de Ahimsa em relação aos nossos pensamentos, envolve o reconhecimento da nossa intenção, permissão para sentir o que quer que apareça dentro de nós, observação, reflexão e reelaboração interna.
É interessante pensar que tudo o que se materializa no mundo, se inicia em pensamento.
Ações
Aqui podemos nos fazer diversas perguntas tais como: de que forma nos comportamos no trânsito? De que forma manuseamos as coisas no dia a dia? De que forma cuidamos do nosso corpo? De que forma nos alimentamos? De que forma caminhamos pelas ruas? Como tratamos os animais? Como tratamos as pessoas com quem nos relacionamos no dia a dia? E por aí vai.
É possível adotar uma outra postura ao realizarmos nossas ações cotidianamente?
Novamente, praticar Ahimsa em nossas ações exige atenção, consciência e presença.
Dentro do mat
Dentro do mat, praticar Ahimsa significa respeitar os limites do corpo. Não exaurir nem machucar o corpo. Significa também, aceitarmos e honramos quem somos no aqui-agora. Apreciar nosso processo e nos amarmos, de forma integral.
É claro, que este é um caminho irregular, mas a pratica leva ao aprimoramento ;).
Vale a reflexão
Nos Yoga Sutras, lemos:
‘Na presença de alguém firmemente estabelecido na não-violência, todas as hostilidades cessam’ Sutra 2:35
Isso quer dizer que, quem verdadeiramente somos, acabará por influenciar o ambiente. Se vivermos uma vida de não-violência, é inevitável que influenciaremos e inspiraremos, mesmo que de forma sutil, o nosso entorno desta forma.
A verdade é que Ahimsa é um processo, é um caminho infinito e de desdobramentos abundantes. E é com a prática e atenção constante que pouco a pouco, evoluímos e construímos um mundo melhor.
Por fim
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