Um dos ensinamentos que Buda trouxe ao mundo é sobre os 8 ventos mundanos. Esses 8 “ventos” são, em outras palavras, condições ou situações que fazem parte da vida:
Ganho e perda:
Exemplos: Ganhar ou perder dinheiro; algum bem material; um concurso.
Elogio e censura:
Exemplos: Receber elogios ou críticas de amigos; no trabalho ou em qualquer situação.
Fama e infâmia:
Exemplos: Obter ou perder algum status social; períodos em que seus amigos te procuram muito ou pouco; momentos em que há harmonia e entendimento com as pessoas ao seu redor ou quando o oposto acontece.
Prazer e dor:
Exemplos: O prazer de uma boa refeição; relação sexual; ir a uma festa; viajar; ou a dor de uma lesão corporal; frustrações com pessoas ou situações cotidianas.
Compreendendo os 8 ventos mundanos
Nós normalmente gostamos de ser “atingidos” pelos ventos prazerosos e tentamos evitar ao máximo os mais difíceis.
No entanto, Buda trouxe esse ensinamento para nos ajudar a perceber que na natureza, os ventos são naturais, sopram de um lado para o outro e não há maneira de pará-los. Analogamente, os 8 ventos mundanos são intrínsecos à existência humana e não podemos evitá-los ou controlá-los, apenas aprender a lidar e responder melhor a eles.
Quando ventos difíceis vierem, não significa, necessariamente, que você está fazendo algo errado, significa somente que esses sentimentos ou circunstâncias fazem parte da vida e acontecem para todos. Sob uma perspectiva espiritual, eles nos ensinam e ajudam a amadurecer.
É claro que ficaremos felizes com elogios, ganhos, popularidade e prazer, e tristes quando o oposto acontecer. No entanto, o que não queremos é que a nossa felicidade dependa excessivamente dessas circunstâncias passageiras.
Acabaremos exaustos se vivermos buscando de forma obsessiva esses prazeres, numa intensa montanha russa, entre altos e baixos.
Desenvolvendo estabilidade
Então surge a questão: como manter-se mais estável e não “tombar” com os ventos?
Primeiramente, a não resistência. Quando aceitamos as situações, gastamos menos energia e sofremos menos.
A auto-observação nos ajuda a perceber o quanto essa vulnerabilidade afeta nossa qualidade de vida. Nos tornamos capazes de sentir quando algum vento está soprando forte demais, e com o tempo desenvolvemos a habilidade de responder conscientemente, ao invés de reativamente.
Contemplar que essas situações são passageiras nos ajuda a “manter um pé no chão”. Muitas vezes uma pausa de alguns minutos com respirações conscientes muda tudo.
Além disso, através da meditação e das nossas ações, podemos nutrir qualidades que certamente nos ajudarão a levar uma vida mais centrada e equilibrada.
Quando cultivamos o contentamento espiritual, o prazer na simplicidade, empatia, respeito, verdade, autoconhecimento e autoadmiração, as circunstâncias externas acabam não nos afetando tanto.
Em outras palavras, se nutrirmos nossa prática espiritual, haverá sempre “uma certeza”, um contentamento mais profundo, algo mais valioso do que a circunstância passageira.
O Yoga é outra excelente ferramenta de apoio. Os Asanas nos ajudam a melhorar o foco, flexibilidade e equilíbrio.
Vale lembrar de uma frase clichê mas muito verdadeira: “A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta.”.
Por fim, caso tenha interesse, neste outro texto damos dicas para quem está começando a meditar.
Com carinho,
Até a próxima,
Om Joy